terça-feira, 22 de maio de 2007

Vasopressores

As diretrizes da SSC originais não ditam terapia de vasopressor específica, mas focalizam mais na terapia adequada e imediata. Para pacientes que não respondem a ressuscitação fluida, deveriam ser administrados vasopressores intravenosos para manter perfusão tecidual, com a meta geral de alcançar uma PAM = 65 mm Hg. Norepinefrina foi considerado uma escolha de primeira linha porque é um vasoconstrictor mais potente que fenilefrina e por causa do risco aumentado para arritmias com dopamina, risco aumentado para isquemia miocárdica e esplâncnica com epinefrina, e dados insuficientes com o uso de vasopressina (AVP). Dopamina especificamente, não é recomendado para preservação de função renal, com base na falta de dados de eficácia que mostrem este resultado (1). O estudo de Vasopressina no Choque Séptico (VASST) foi completado recentemente (2). O VASST analisou 779 pacientes em choque séptico requerendo vasopressores durante pelo menos 6 horas e tendo pelo menos uma disfunção orgânica nas primeiras 24 horas . O paciente foi randomizado para receber AVP ou norepinefrina (o NE). Globalmente não haouve nenhuma diferença na sobrevida em 28 dias entre grupos (35.4% vs 39.3%, P = .27). Porém, após estratificados de acordo com severidade de hipotensão (requerendo> 15 mcg/min ou <15 mcg/min de NE a admissão), os pacientes em uso de baixa dose de noradrenalina tinham melhor sobrevida com AVP (26.5% vs 35.7%, P = .05). Este resultado persistiu aos 90 dias, com mortalidade de 35.8% vs 46.1%, P = .04). Não havia nenhuma diferença na PAM, apesar da adição de AVP à NE ter resultado de maneira previsível em uma redução em dose de NE. Isquemia digital era um pouco mais comum no grupo de AVP (P = .06), enquanto parada cardíaca foi ligeiramente mais comum no grupo de NE (P = .11). Outro estudo europeu (3) foi recentemente completado comparando a NE com epinefrina para suporte hemodinânico em 330 pacientes com choque séptico. O endpoint do estudo era taxa de mortalidade em 28 dias. Não houve nenhuma diferença na taxa de mortalidade, pressão sanguínea, tempo para estabilidade hemodinâmica, duração de terapia com vasopressor ou tempo para resolução de deficiência orgânica. A ocorrência de eventos adversos foi semelhante (ie, cardíaco e neurológico) com ambas as drogas.

Referências:

1. Bellomo R, Chapman M, Finfer S, Hickling K, Myburgh J. Low-dose dopamine in patients with early renal dysfunction: a placebo-controlled randomised trial. Australian and New Zealand Intensive Care Society (ANZICS) Clinical Trials Group. Lancet. 2000;356:2139-2143. Abstract
2. Russell J. Hemodynamic support of sepsis. Vasopressin versus norepinephrine for septic shock. Program and abstracts of the Society of Critical Care Medicine 36th Critical Care Congress; February 17-21, 2007; Orlando, Florida.
3. Annane D. Update on clinical trials in severe sepsis. Epinephrine versus norepinephrine for septic shock. Program and abstracts of the Society of Critical Care Medicine 36th Critical Care Congress; February 17-21, 2007; Orlando, Florida.