domingo, 7 de setembro de 2008

Dieta - Grande Queimado

Questão 5 - A melhor abordagem para o suporte nutricional do paciente grande queimado é a instituição precoce de nutrição enteral, tendo em vista que o íleo e a distenção gastrointestinal comumente encontrados não configuram contra-indicação para esse tipo de conduta. Além disso, a alimentação enteral preserva a integridade da mucosa intestinal, melhora o fluxo sanguíneo e a motilidade intestinal. Tudo isso contribui para uma menor incidência de translocação bacteriana (com consequente sepse) e ulceração gastroduodenal induzida pelo estresse (com possível hemorragia ou perfuração). A dieta deverá ser hipercalórica e hiperprotéica em virtude do estado de hipercatabolismo vigente e a estimativa das necessidades calóricas pode ser feita utilizando-se a fórmula de Curreri: 25kcal/kg/dia + 40 cal/SCQ/dia. As calorias são distribuídas em 30 a 40% de gordura e o restante como carboidrato, sendo a administração de proteína em cerca de 20 a 25 g por dia. A suplementação de albumina pode ser necessária por conta da perda protéica extensa e diminuição da síntese hepática, em detrimento à elevação da produção de proteínas de fase aguda. Multivitaminas devem ser acrescidas, principalmente vitaminas A (para integridade epitelial), C (síntese de colágeno), E e B (para reparo da ferida) e o Zinco (cicatrização). Normalmente costuma-se administrar 75% da necessidade calórica estimada nas primeiras 6 horas após o agravo ( em geral, após 4 horas do início da ressuscitação).

Fonte: Vide postagem anterior.